Agência da ONU afirma que ondas de calor serão cada vez mais frequentes e intensas
Ondas de calor intenso devem aumentar em frequência, intensidade e duração. Este é o alerta da Organização Metereológica Mundial (OMM), agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU) que foi fundada em 1950.
A ONU ainda destaca que os efeitos do calor extremo são intensificados por variáveis sociais, como as condições de habitação da população mais pobre e que, neste sentido, governos devem tomar medidas para identificar pessoas que estão sob risco mais elevado de morte durante a permanência das altas temperaturas.
Em todo o mundo, os dias quentes estão cada vez mais quentes e frequentes, ao mesmo tempo que temos menos dias frios. Em julho de 2023, a Terra quebrou ou empatou o recorde do dia mais quente já registrado, quatro dias consecutivos .
Ao longo da última década, os recordes diários de altas temperaturas ocorreram duas vezes mais que os recordes mínimos em todo o território continental dos Estados Unidos, acima da proporção próxima de 1:1 na década de 1950.
As ondas de calor estão a tornar-se mais comuns e as ondas de calor intensas são mais frequentes no Oeste dos EUA, embora em algumas partes do país a década de 1930 ainda detenha o recorde de número de ondas de calor (principalmente relacionadas com o Dust Bowl, que foi exacerbado pela conversão de pradaria em terras agrícolas).
Se as emissões de gases com efeito de estufa não forem significativamente reduzidas, as altas e baixas temperaturas diárias aumentarão pelo menos 5 graus F na maioria das áreas até meados do século, subindo para 10 graus F no final do século.
A Avaliação Climática Nacional estima mais 20-30 dias acima dos 90 graus F na maioria das áreas até meados do século.
Em matéria da CNN Rádio, o doutor em meteorologia Marcelo Seluchi afirmou que essas ondas de calor “vão se tornar mais frequentes e graves” caso o mundo não se mobilize para conter o efeito estufa.”
“O planeta aqueceu mais de 1 grau desde a era industrial, mas isso não significa apenas somar um grau às temperaturas máxima e mínima”, disse. O mundo sofre cada vez mais com os efeitos das ondas de calor extremo —algo que já era alertado por cientistas há alguns anos. Especialistas dizem que os recordes de temperatura quebrados nas últimas semanas durante o verão no Hemisfério Norte, embora tenham sido projetados, chegam mais rápido do que o esperado, e mantêm os governos da região em alerta. “Estamos entrando em um terreno desconhecido”, divulgou na semana passada a Organização Meteorológica Internacional, dias após as observações das maiores temperaturas da história, no mês de junho mais quente desde que os registros foram iniciados.
Após um junho quente recorde, grandes áreas dos EUA e do México, do sul da Europa e da China experimentaram calor extremo em julho de 2023, quebrando muitos recordes locais de altas temperaturas.
Cientistas da iniciativa World Weather Attribution colaboraram para avaliar até que ponto as alterações climáticas induzidas pelo homem alteraram a probabilidade e a intensidade do calor extremo de Julho nestas três regiões.
Principais conclusões
As ondas de calor estão entre os perigos naturais mais mortais, com milhares de pessoas morrendo todos os anos por causas relacionadas ao calor. No entanto, o impacto total de uma onda de calor raramente é conhecido até semanas ou meses depois, quando as certidões de óbito são recolhidas ou os cientistas podem analisar o excesso de mortes. Muitos locais carecem de bons registos de mortes relacionadas com o calor, pelo que os números de mortalidade global actualmente disponíveis são provavelmente subestimados.
Previsões brasileiras
Dvido ao fato de estar situado em um ambiente tropical e já experimentar limites de temperatura, Artaxo enfatiza que o Brasil se torna particularmente susceptível aos efeitos das mudanças climáticas. Em áreas como Teresina, onde os termômetros já registram 40ºC no verão, a previsão é que as temperaturas possam alcançar até 48ºC, acarretando consequências graves para a saúde da população, conforme ressalta Artaxo.
As influências das mudanças climáticas já são uma realidade, moldando drasticamente nosso mundo. No entanto, essa constatação não significa que o nosso destino esteja irrevogavelmente traçado. Cada incremento na temperatura global tem um impacto significativo na magnitude dos efeitos das mudanças climáticas, afetando a frequência e intensidade de ondas de calor, tempestades, inundações e secas. Isso ressalta que cada medida que adotamos para conter aumentos futuros na temperatura tem um impacto considerável, especialmente nas comunidades mais suscetíveis globalmente.
É essencial estabelecer compromissos internacionais mais sólidos no âmbito climático e agir rapidamente para efetuar a transição para fontes de energia limpa, visando alcançar a neutralidade de emissões o mais prontamente possível. Conforme sublinhado pelos relatórios do IPCC, a necessidade não se restringe à redução das emissões, sendo também crucial remover uma porção do carbono já presente na atmosfera.
Incluindo a sustentabilidade na solução:
Felizmente, a própria natureza desenvolveu uma tecnologia altamente eficaz para esse propósito: a fotossíntese. De maneira natural, as plantas absorvem o carbono presente no ar e o retêm em suas raízes e no solo.
Além de realizar a transição para diminuir a dependência de combustíveis fósseis, é igualmente crucial preservar os ecossistemas naturais em todo o globo, os quais armazenam bilhões de toneladas de carbono. Podemos contribuir significativamente ao ajustar nossas práticas de manejo em áreas produtivas, como propriedades rurais, de modo a aumentar a retenção de carbono e promover a restauração dos habitats naturais em regiões anteriormente desmatadas ou degradadas.
O que podemos fazer para combater às mudanças climáticas?
Um desafio global como as mudanças climáticas requer soluções globais. E para isso precisamos construir movimentos e ações efetivas no chão, assim como transformações políticas e econômicas. Aqui estão algumas coisas que comunidades, governos e o setor privado podem fazer:
Comunidades
- Quando falamos de combater às mudanças climáticas, não podemos alcançar ações efetivas sem a liderança de Povos Indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais
- Essas comunidades são alguns dos mais importantes protetores do carbono vivo, já que as áreas manejadas por comunidades tem taxas de desmatamento muito menores do que áreas protegidas pelos governos. De fato, Terras Indígenas abrigam 80% da biodiversidade remanescente no mundo e 17% do carbono florestal do planeta.
- Para apoiar Povos Indígenas a manterem seu papel crucial, governos precisam reconhecer formalmente seus direitos à terra e uso de recursos, e os financiamentos para ação climáticas devem incluir ações de apoio às comunidades.
Governos
- Todos países, em especial os mais desenvolvidos que geram mais emissões, devem criar planos de ação mais ambiciosos para eliminar emissões e absorver carbono da atmosfera, e seguir firme na implementação.
- Uma maneira efetiva de fazer isso é investir mais na natureza. O IPCC estima que pode custar $400 bilhões para fazer mudanças na agricultura e outros usos de terra para limitar emissões. Parece muito, mas é menos do que os subsídios que esses setores já recebem hoje dos governos.
- A melhor parte? Muitas dessas soluções climáticas naturais beneficiam a sociedade de outras formas, como melhorando a qualidade da água ou do ar, gerando renda, produzindo mais alimentos e protegendo a diversidade da vida que todos nós dependemos.
Setor Privado
- Assim como os governos, o setor privado deve se comprometer em alcançar zero emissões líquidas em suas operações. Empresas precisam parar de emitir carbono para a atmosfera.
- A forma mais direta de fazer isso é mudar para fontes de energia limpa. transição para fontes renováveis proporciona baixo custo, baixas emissões e menor risco de conflitos para alcançar as necessidades globais sem ameaçar a natureza e comunidades.
- Os setores que têm dificuldade para reduzir suas emissões hoje, como companhias aéreas, devem encontrar formas de compensar seu impacto.
- Mercados de carbono são uma maneira de fazer isso. Eles permitem que o setor privado, e outros emissores de carbono, comprem créditos pelas suas emissões inevitáveis, que pagam para proteger áreas que estariam ameaçadas sem esses recursos direcionados para conservação ou restaurar áreas que não poderiam se regenerar.
No contexto das mudanças climáticas, a abordagem da Academia Lixo Zero emerge como uma solução promissora para a mitigação dos impactos ambientais.
Diante dos desafios impostos pela crise climática, é imperativo adotar medidas inovadoras e eficazes, e é aí que os cursos e workshops empresariais oferecidos pela Academia Lixo Zero desempenham um papel fundamental.
Ao educar organizações sobre estratégias de redução de resíduos, reciclagem eficiente e modelos de produção sustentável, a Academia não apenas promove a adoção de práticas mais amigas do meio ambiente, mas também contribui para a diminuição das emissões de carbono associadas à produção e gestão de resíduos.
Ao capacitarem as empresas a adotarem abordagens mais responsáveis, os programas da Academia Lixo Zero se alinham com a busca por soluções concretas e tangíveis para enfrentar os desafios climáticos e fomentam a transição para um futuro mais sustentável.
Fontes:
https://www.brasildefato.com.br/2023/07/18/agencia-da-onu-afirma-que-ondas-de-calor-serao-cada-vez-mais-frequentes-e-intensas
https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/ondas-de-calor-no-hemisferio-norte-serao-mais-frequentes-e-graves-diz-especialista/
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2023/07/quatro-fatos-que-revelam-magnitude-das-novas-ondas-de-calor-pelo-mundo.shtml
https://www.worldweatherattribution.org/extreme-heat-in-north-america-europe-and-china-in-july-2023-made-much-more-likely-by-climate-change/#:~:text=Unless%20the%20world%20rapidly%20stops,warmer%20than%20the%20preindustrial%20climate.
https://www.tnc.org.br/conecte-se/comunicacao/noticias/ipcc-report-climate-change
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