A Suécia está investindo em opções mais limpas e ecologicamente sustentáveis para o transporte de passageiros na capital, Estocolmo, para aposentar as balsas movidas a diesel utilizadas atualmente. Entre as alternativas sendo estudadas está a Candela P-12, uma balsa voadora, que navega a cerca de um metro acima da água. O projeto é criação da startup Candela.
A balsa usará hidrofólios para navegar sem fazer barulho e sem emissões de carbono. A startup já está trabalhando na produção do barco e, segundo o CEO Gustav Hasselskog afirmou ao Wired, o lançamento está previsto para novembro de 2022, com período de testes estimado para o próximo ano. O objetivo da startup é incluir a balsa “voadora” na malha de transporte público de Estocolmo.
Atualmente, a capital sueca conta com uma frota de 60 balsas que emitem 40 mil toneladas de dióxido de carbono anualmente, cerca de 8% de todas as emissões de transportes do país — e a poluição é levada para o ar das cidades, o que preocupa os especialistas em saúde pública. Estocolmo está comprometida a utilizar balsas com emissão neutra até 2025.
Mas a startup quer ir além de apenas zerar a emissão de carbono das balsas: ela quer criar um meio de transporte tão rápido que convença as pessoas a parar de usar carros. Para chegar no centro de Estocolmo de uma região no subúrbio da cidade, uma pessoa demora 50 minutos de carro, durante a hora do rush. Caso ela embarque na balsa P-12, ela percorrerá a mesma distância em 25 minutos, segundo o CEO.
Os dados da Waxholmsbolaget, agência que controla os barcos de transporte público no arquipélago, mostram que as balsas transportam 1,2 milhão de passageiros anualmente na cidade, enquanto 780 mil viagens são feitas por outras formas de transporte diariamente em Estocolmo.
As balsas elétricas da Candela usam hidrofólios, mecanismos que saem da embarcação e entram na água, funcionando como asas, levantando a balsa no ar e ajudando-a a ganhar velocidade, assim como um avião durante a decolagem. A P-12 pode atingir 48 km/h. Barcos com hidrofólios não são novidade, mas a inovação da startup está em usar energia elétrica e controles automatizados para fazê-los navegar. Com 12 metros de comprimento e 4,5 metros de largura, a balsa comporta 30 passageiros sentados. As baterias duram por três horas.
Em entrevista ao Wired, o CEO garantiu que as balsas não causam enjoos nos passageiros. Os sensores na P-12 ajustam a altura, o rolamento e a inclinação da embarcação até 100 vezes por segundo para assegurar que a viagem seja tranquila, independentemente do clima. “O sistema de controle corta qualquer movimento vertical do barco, que causa enjoos”, declarou.
Quando estiver em pleno uso, a P-12 vai usar menos energia por passageiro do que um ônibus híbrido, deslocar-se mais rápido que um carro e diminuir os custos com combustível e manutenção em 40%, sendo menos disruptivo ao meio ambiente acima e embaixo da água.
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Por Redação, da PEGN