O aquecimento do Ártico continua a causar efeitos desastrosos para a vida selvagem da região, principalmente para os ursos polares. Atualmente, em vez de caçar focas no gelo marinho, os animais passam mais tempo jejuando ou vasculhando lixões, que aparecem com o aumento da atividade humana no norte.
A denúncia é de um artigo publicado na revista Oryx no dia 20 de julho, que compartilha histórias de seis comunidades no Ártico que tiveram interações negativas entre humanos e ursos polares no Canadá, Rússia, Alasca e Noruega. “É surpreendente quantos lugares que nunca tiveram problemas com ursos polares agora estão tendo problemas emergentes”, disse o Andrew Derocher, biólogo da Universidade de Alberta, em entrevista à Reuters.
Para os ursos pretos e marrons, que tiveram seus habitats ocupados por humanos há muito tempo, essa é uma situação normal, sendo comum ver vídeos dos bichanos invadindo casas e carros em busca de lanches. Os autores do artigo afirmam que essa é a primeira análise ampla do problema entre os ursos polares.
O Oceano Ártico está aquecendo quatro vezes mais rápido que o resto do mundo e, como resultado, o gelo marinho do Ártico está derretendo mais cedo a cada primavera e se formando mais tarde a cada outono. Com menos gelo marinho, os ursos não têm como caçar, passam mais fome e acabam ficando mais tempo em terra.
Os ursos vão atrás de lixões, uma tendência que é perigosa para ambos animais e humanos. Durante esse processo, os ursos também ingerem embalagens plásticas de alimentos, madeira, metal e outros materiais não comestíveis que são extremamente nocivos à saúde deles.
Os pesquisadores relatam ainda que, com outros tipos de ursos, quando o acesso a alimentos e lixo é cortado, os animais retornam às suas estratégias naturais de alimentação. Por isso, acreditam que com os ursos polares possa acontecer o mesmo, desde que as comunidades das regiões árticas se mobilizem para resolver o problema.
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Por Redação, da Galileu