Incêndio em Teresópolis: lixão está há 28 anos à espera de regulamentação
Município aguarda reunião com o Ministério Público para definir o futuro do local, que recebe 100% dos resíduos sólidos da cidade
O caso do lixão de Teresópolis, conforme reportado no artigo “Incêndio em Teresópolis: lixão está há 28 anos à espera de regulamentação” é um exemplo alarmante da falta de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) adequado.
A aplicação de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) é de extrema importância em casos como o do lixão de Teresópolis. Um PGRS bem elaborado e implementado teria sido fundamental para orientar a prefeitura e a comunidade local na transição adequada e responsável para um sistema de gestão de resíduos mais sustentável. Com a aplicação do PGRS, seria possível estabelecer metas e diretrizes claras para a redução, reciclagem e destinação adequada dos resíduos, além de promover a conscientização e a participação ativa da população.
Teresópolis amanheceu ontem parecendo uma cidade inglesa. Mas o mau cheiro e ardência, dos olhos e narizes, denunciaram que o ruço do ar não era o fog londrino, mas o lixão do Fischer que pegou fogo mais uma vez. Logo, começaram a circular fotografias e vídeos, de todo o canto da cidade, e até no interior.
Com o ar parado pelo pouco vento, típico da estação, foi acumulando a fumaça e o ambiente ficou insuportável, se obrigando os moradores a fecharem as janelas e não usarem o ar condicionado. Pessoas passando mal e buscando assistência médica. Escolas sem aulas e pais sendo chamados para buscar os alunos, o ônibus atrasou em várias linhas. Próximo do Lixão, o Detran não funcionou e comércios da cidade abriram mais tarde ou deram folga aos funcionários por falta de ambiente com ar saudável para atender o público.
O destino do lixo em Teresópolis é um problema antigo. Em 1995, como relata o Ministério Público do Rio de Janeiro, uma Ação Civil foi instaurada sugerindo melhorias no descarte de resíduos. O município, com ajuda de recursos disponibilizados pelo estado, conseguiu melhorar a gestão do local por alguns anos, mas omissões administrativas levaram-no à estaca zero. Atualmente, há uma grande quantidade de lixo a céu aberto, urubus e catadores expostos a diversos riscos.
Segundo matéria, da Extra: “O lixão de Teresópolis deveria ter sido extinto em 2014, seguindo as recomendações do Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Na época, a prefeitura solicitou uma Licença de Operação para um aterro sanitário, mas o projeto foi indeferido pelo Inea em 2018, que reforçou não ter havido nenhuma nova ação para a sua minimização, proporcionando contínua geração de chorume”.
Lixões, representam uma séria ameaça ao meio ambiente e à saúde pública. Esses locais de disposição inadequada de resíduos sólidos possuem impactos significativos e negativos.
Primeiramente, a contaminação do solo ocorre devido à decomposição dos materiais orgânicos, resultando na liberação de substâncias tóxicas e poluentes, como metais pesados e produtos químicos nocivos. Essa contaminação pode infiltrar-se nos lençóis freáticos, comprometendo a qualidade da água e prejudicando ecossistemas aquáticos. Além disso, a emissão de gases de efeito estufa provenientes da decomposição anaeróbica dos resíduos, como metano e dióxido de carbono, contribui para o aquecimento global e as mudanças climáticas.
Os impactos na saúde humana são igualmente preocupantes. A exposição a esses resíduos pode levar ao surgimento de doenças respiratórias, dermatológicas e gastrointestinais, devido à inalação de substâncias tóxicas, à absorção cutânea e à contaminação de alimentos e água. Além disso, vetores de doenças, como moscas e ratos, proliferam-se em ambientes de lixões, aumentando o risco de disseminação de doenças infecciosas. A saúde das comunidades vizinhas a esses locais fica comprometida, principalmente para grupos vulneráveis, como crianças e idosos.
Diante desses impactos adversos, é imprescindível adotar medidas efetivas para eliminar os lixões e promover uma gestão adequada dos resíduos sólidos. Isso envolve a implementação de aterros sanitários controlados, reciclagem, compostagem e programas de conscientização pública.
A adoção de políticas públicas e legislações que incentivem práticas sustentáveis de gestão de resíduos, visando à proteção do meio ambiente e à preservação da saúde pública. A superação dos desafios relacionados aos lixões requer um esforço conjunto de governos, empresas e comunidades, em busca de soluções responsáveis e sustentáveis para o manejo dos resíduos sólidos.
A importância da educação ambiental é evidenciada em casos como o do lixão de Teresópolis, onde a falta de conscientização e a falta de ações para minimizar a geração de resíduos resultaram em uma situação prejudicial ao meio ambiente e à saúde pública. A educação ambiental desempenha um papel fundamental na sensibilização da população sobre a importância da redução, reutilização e reciclagem dos resíduos, bem como na promoção de práticas sustentáveis.
Ao educar a comunidade sobre os impactos negativos dos lixões e a necessidade de adotar medidas adequadas de gestão de resíduos, é possível criar uma consciência coletiva e promover mudanças de comportamento. Além disso, a educação ambiental também capacita as pessoas a exigir ações efetivas das autoridades e a participar ativamente na busca por soluções sustentáveis.
É crucial que as instituições governamentais, as escolas e a sociedade em geral invistam em programas de educação ambiental para evitar a continuidade de situações como a do lixão de Teresópolis e trabalhar em prol de um futuro mais sustentável.
Fontes:
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